segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Viver no exterior não é para todos! Será que é o momento?




Esses dias, tive a notícia de um amigo: por agora basta Portugal, vou voltar para o Brasil! Mesmo com esse momento de crise econômica e política, o 'gajo brazuca' vai encarar a pátria amada e que não anda assim, muito gentil. Acredito que todo mundo que vive fora, em algum momento se depara com essa questão: voltar ou ficar?! Debruçado sobre o eDreams, só por 'curiosidade', pesquisando a tal passagem só de ida para a nossa terra. Você até programa uma possível data, só que algo acontece, o cenário menos bom muda, o sol volta a sorrir e os sonhos da vida no exterior se renovam. Surge a mesma energia de quando pisamos no avião, na rota do destino tão sonhado. Fiquei pensando... tentando entender esse meu amigo e a sua decisão. Mesmo com o pouco tempo em Portugal, será que ele não está sendo precipitado? Não podia tentar mais e arriscar as últimas fichas nessa empreitada? Os questionamentos são muitos e o ponto chave é: nem todo mundo está pronto para viver no exterior. Viver fora, requer muita coragem, determinação, alegria para suportar os maus momentos, sem ser um chato -acredite, você vai afastar as pessoas- e esperança para acreditar que você chegará aos seus objetivos. O simples fato de atravessar o Atlântico passar por uma imigração, que nem sempre está de bom humor, encarar uma terra nova com seus costumes e hábitos, já é prova que 'és' uma pessoa de coragem. Mas, isso não quer dizer que ela manterá você 'vivo' por aqui se não tiver os outros ingredientes. Passado o primeiro momento de susto e voltando ao normal, ainda com essa máxima na cabeça 'nem todo mundo está pronto para viver no exterior'. Mas, porque ele, assim como eu, tem de viver fora? O cara pode até estar tendo a decisão certa para a sua história de vida. A felicidade e os planos da nossa vida só diz respeito a nós. A minha felicidade não é a mesma que a sua, portanto, essee roteiro quem escreve 'és tu.' Por mais que tenha nesse momento a certeza que aqui ou ali será mais feliz, só embarcando nessa aventura para entender. 

Outro ponto importante: é preciso ter uma meta, um sonho, um objetivo alcançável. Sabe porque? Voltando a esse meu amigo, o que pesou nesse retorno, é que lá, no Brasil, dentro de sua área profissional, há uma grande chance de retomar projetos e voltar a trabalhar, cá, ele não viu isso como uma possibilidade. Perceberam? O 'gajo' vai encarar o país que o Cunha vive e manda! -Pura coragem! Se não fosse esse objetivo, a tal meta alcançável, duvido que ele voltaria. E se fosse o inverso? Há muitos brasileiros que só estão aqui, não tem qualquer objetivo. Trabalham, pagam contas, compram umas roupas bacanas, curtem jantar fora, cair na noitada, fazer algumas viagens e selfies nas redes socias. Mas, se por alguma razão, você se vê sem trabalho, com pouca grana e sem a rotina trivial e acaba por precisar voltar ao Brasil? Será que valeu a pena os anos longe de casa sem ter algo que vá além da experiência de viver no exterior? É normal brasileiros, que nos tempos do auge da crise aqui em Portugal, retornaram a nossa pátria, passado alguns meses, já mostravam a decepção de ver que a realidade do lado de lá, mesmo nos tempos de vacas gordas e gastança do governo, continuava complicada. No início é tudo festa, sela lá ou aqui, e você vai ter de encarar a prova de fogo. Isso ainda é mais cruel para quem quem não tem uma formação, um objetivo traçado. Acreditem, trabalhar aqui num restaurante e ganhar 600€ é bem diferente de trabalhar no Brasil e ganhar R$600. -Ah! Mas se converter dá no mesmo. Não! Não podemos converter se você ganha em Euros e sai do supermercado com 2 sacolas cheias por 20€, ou consegue viajar pela Europa com vôos tão baratos que nem se você fosse do Rio a São Paulo de ônibus conseguiria. Ou, mesmo depois de um dia de trabalho, passar horas em pé no transporte público para chegar em casa. Além da insegurança que amedronta. Enfim, essa qualidade de vida, que para muitos brasileiros sem formação a Europa acaba por ser um paraíso. Afinal, as desigualdades são menores. Você pode viver apertado, mas vive. Isso não pode virar uma rotina, tem de ter um plano (b), caso as coisas mudem. É bom viver nesse lugar, onde todo mundo pode dar uma pinta e tirar onda em Paris sem afetar o orçamento. Cuidado com essas ilusões! Por essa razão, o pessoal acaba por se acomodar. A minha dica é: venha para cá com um objetivo que vá além de trabalhar no que aparecer. Procure um curso, tente entrar para a universidade, (em outra publicação dou as dicas) estude línguas, enfim, construa algo para o seu crescimento intelectual e cultural. Além da oportunidade de conhecer outras pessoas, poderá construir oportunidades. 

Voltando naquela questão -de cada um saber o que é melhor para si- busque aquilo que te faz feliz  e lhe proporcione uma realização pessoal. Se não sabe, pesquise! Tenta se cercar de pessoas em movimento, fuja de gente que não lhe acrescente nada. Estabeleça amigos de diversão e aqueles que são para a vida, a família que você pode escolher, amigos de confiança para contar segredos, projetos e chorar quando for preciso. São essas pessoas que vão estar do seu lado nos maus momentos. Garanto que são poucas, ainda mais num mundo que todo mundo só quer saber de pessoas felizes de bem com a vida e com a lente perfeita. Fiquei ligado e seja exigente contigo mesmo. O tempo não pára! Esse meu amigo, resolveu voltar para o Brasil, já formado e com chance de manter alguma qualidade de vida, por conta da sua formação tenciona investir num mestrado. Se você pensa em vir ou já está por aqui, não deixe de procurar se qualificar ou melhorar as suas competências. Caso precise voltar para o Brasil, seja a idade que tiver, sempre pesa a experiência de viver fora aliada em ter estudado ou feito algum curso especializado. Não entre no mal vício de muitos, deixando a vida levar, sem conduzi-la como tem de ser. 
Durante 1 ano tive de parar a minha vida cá, regressar ao Brasil para apoiar a minha família, além da crise que andava dura, veio tudo de uma vez. Foi duro, mas sobrevivi! Mesmo que as coisas mudem, tem de ter muita determinação para não fugir da sua meta. Pode dar um passo para o lado, nunca para trás. Fui, com à certeza de voltar para dar continuidade aos meus estudos e projetos. Não teve um dia sequer que não sonhasse, voltar sentar à beira do Rio Tejo e vislumbrar a Ponte 25 de Abril e me banhar da bela luz de Lisboa. Voltar ao meu Rio de Janeiro foi vital, até para eu perceber àquilo que realmente eu queria. No fim, 'atrevissiamo', aqui estou, pronto para retomar a minha vida. Nem sempre temos o mapa, então comece a criá-lo! Ele é essencial saber onde se quer chegar. Comece escrevendo numa folha de papel e todos os dias, olhe e visualize o seu projeto. Pense bem antes de tomar a decisão de viver fora, veja se conseguirá manter o foco e energia nos momentos menos bons, e se o objetivo que lhe fará atravessar a linha do equador, justificará todo esforço. Seja o problema que vier, 'vais' se manter fiel ao teu sonho maior? Pense com carinho nisso.  Mesmo que mude de opinião, é sempre válida a experiência. 



quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Mandinga Lusitana: Mãe Gi a brasileira que comanda terreiro de Candomblé em Portugal e sonha em ser estilista




Se não existe pecado abaixo da linha do Equador, acima muito menos! Pelo menos na terrinha. Quando se pensa em Portugal, vem logo à mente o ferrenho passado católico dos tempos de Dom Manuel I – O Venturoso –, que instalou a Inquisição mesmo contra a vontade, da melancólica Dona Maria, a louca. De tão carola, a rainha chegou a decretar nove dias de luto quando ladrões entraram em uma igreja e espalharam hóstias pelo chão, adiando negócios públicos e acompanhando a pé, com uma vela, a procissão de penitência que percorreu Lisboa inteira. Mas, o que poderia haver além dessa obsessão cristã, se o que predomina são as portentosas igrejas espalhadas pelo país? Muçulmanos circulando pela capital portuguesa não é algo comum de se ver como em outras metrópoles europeias. Depois de séculos de perseguição, judeus também não pulam por ali como em outras cidades do continente. E as religiões africanas… Bom, há uma boa quantidade de cidadãos de origem afro, mas a maioria foi colonizada pelos portugueses e abraçou a fé em Cristo. Na contramão disso tudo, existe Gislaine Silva, a Ialorixá, – ou simplesmente Mãe Gi – a brasileira que lidera um terreiro de candomblé além-mar. Curioso, Fui conversar com a moça – uma simpática paranaense com bochechas proeminentes e sorriso aberto, que também gosta de pintar quadros e ama moda: seu sonho é criar uma grife e desenhar roupa até para o candomblé. Confira!

Gislaine, conta um pouco sobre você e esse seu percurso espiritual. Como você acabou chegando desse lado do Atlântico?

MG: Sou do Paraná, de uma cidadezinha chamada Mandaguari (centro-norte do estado). Meu pai já tinha ligação com a umbanda. Confesso que nunca me liguei nesse lado e até achava que era coisa negativa. Me preocupava com outras questões na minha vida. Esse caminho começou em 2001 quando eu vim do Brasil para Portugal. Chegando aqui, senti uma forte necessidade, uma angustia enorme de saber quem eu era e o porquê de estar nesse mundo. Tipo autodescoberta. Daí, conheci uma casa de candomblé e entrei na espiritualidade pela dor. Aprendi muito, fiquei por lá 11 anos e me tornei uma pessoa muito melhor, com equilíbrio para prosseguir e ajudar as pessoas. A dor acabou se transformando em amor!
Aqui em Portugal tudo tende a ser mais prático. Não é comum nem ver a população consultando horóscopos, mapa astral. Superstições seguem ao largo. Ninguém liga se passa embaixo de escada e não é fato costumeiro na rotina dos habitantes olhar para alguém e dizer que o santo não bate. Podemos dizer que os europeus são céticos e que o candomblé tem pouco espaço por aqui?
MG: Eles não são céticos! Lá no fundo, eles acreditam, ainda mais quando a coisa aperta. O diferencial é que eles são muito mais reservados que os brasileiros, bem mais discretos. Não curtem aparecer. Os portugueses vão à igreja católica, fazem aquela linha e, quando vêm aqui, gostam do tambor, sim! (brinca) Mas, existe um receio de dizer que vão ao “bruxo” (como chamam o líder do ocultismo).
E como você lida com esse aspecto? Dizem que Fernando Pessoa se interessava pelo misticismo de forma declarada em sua época. Um tanto fora do padrão por aqui…
MG: Ah, respeito o jeito deles e acho que tanto para aqueles cuja a vida é um livro aberto quanto para os que levam a fé na encolha, o que conta é a espiritualidade e o coração, as ações.
E como se faz em certos trabalhos e oferendas para usar determinados produtos do Brasil? É fácil encontrá-los ou é preciso dar o jeitinho brasileiro?
MG: Sim, é possível adaptar. Por exemplo: certo dia eu tinha que fazer um trabalho e precisei de uma folha chamada tapete de Oxalá. Não havia. Tive que improvisar e usei o milho branco. Tem outra questão também: quando as coisas são feitas com fé e de coração, eles recebem. Quem são as entidades? São energias! O coração é o que tem mais valor.
Então, predomina a caridade ou como funciona essa coisa de cobrar pelo trabalho?
MG: Ás vezes, com uma vela e um copo d´água eu posso resolver as coisas de acordo com a nossa fé. Eu mesmo trabalho muito na base da caridade, não vejo os Orixás como um meio de comércio. Eu vejo amor, tudo o que vou fazer falo com meu pai Oxóssi e minha mãe Iansã; peço que eles me guiem. Isso prevalece, mas penso que deve vir da pessoa, caso ela queira recompensar pelo bem recebido. Orixá é simples, eles são humildes e eu também tenho de ter. Há muito exagero, sim, mas eu não concordo e sei que há casos e casos. Não acho certo negar ajuda para quem precisa por não ter dinheiro porque ninguém pode descobrir o seu santo para cobrir o meu.
Soube que você tem certa paixão pela moda, além da pintura. Como consegue conjugar a carreira de estilista e Mãe de Santo?
MG: Esse dom foi um presente que eu recebi desde criança. Tive uma infância simples e com pouca beleza. Então, não tive incentivo de ninguém. Aos 10 anos comecei a desenhar para as minhas bonecas, fazia roupa com pedacinhos de tecido. Nunca fiz um curso, mas isso está forte em mim; sou uma estilista e artista plástica, eu vejo e desenho.
E como isso acontece em paralelo à obra no terreiro?
MG: Ao longo da minha vida já contabilizo mais de 4 mil desenhos. Criei uma marca, já tenho tudo alinhado nesta cabeça aqui. Há alguns anos, optei pela minha missão espiritual, a de cuidar das pessoas. Mas a moda não está esquecida. Em alguma hora, isso vai acontecer. Digo mais: mesmo sem estar no meio, dentro das semanas de moda, sou avisada e sei quais são as tendências. De manhã, por volta de umas 5h, vêm as informações e começo a criar. Quando me dou conta, já tenho por aí uns 200 desenhos. Digamos que é quase uma psicografia da moda, rs. Além de vestidos de alta costura, quero produzir roupas para candomblé. Tudo tem seu tempo…
Nessa hora, uma das filhas da casa de Mãe Gi, a portuguesa Lena Madeira, entre no papo:
LM: Já tive em outra casa de candomblé e a experiência não foi muito boa, havia até pensado em desistir. No entanto, a espiritualidade me puxou para cá, onde finalmente estou muito bem, aprendendo coisas novas. Isso aqui é uma escola. Estou conhecendo coisas que não conhecia da religião e pronta para seguir minha vida. Não preciso fazer nada à base do grito e pressão, cheguei a ser muito humilhada na outra casa. Com a Mãe Gi, sou respeitada. Ela é muito diferente, uma mulher muito humana.
Aproveitando a boa energia e a consulta de borla, há alguma carta para o Brasil e alguma previsão que a Mãe Gi possa fazer para 2016?
MG: Olha ainda não tive nenhuma informação, mas eu apelo muito para Xangô, que é o Orixá da justiça. Há muita ganância, egoísmo, um querendo se dar bem a todo custo, em cima do outro. Peço a Oxalá que confira equilíbrio às nossas vidas. Que Xangô venha a interceder pelo povo brasileiro nesse momento político, de tantas decepções e descrenças. O mundo está doente e a culpa é inteiramente nossa.
Minha matéria retirada do site Ás na Manga

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Pode entrar que a casa é sua: Decoradora tempera a passagem dos viajantes oferecendo quitutes da terrinha em sua própria cozinha

É uma casa Portuguesa, com certeza! A canção eternizada pela eterna fadista Amália Rodrigues está mais viva do que nunca, sobretudo quando se adentra o lar de Claudia Caseira, a lisboeta que anda causando burburinho na capital portuguesa por promover almoços e jantares by herself para ilustres desconhecidos. Como assim? Decoradora, ela encontrou novo alento justamente abrindo as portas de sua residência para os viajantes, resgatando costumes e tradições locais nesse get together e oferecendo experiência única para quem vem de fora.
Claro que tudo é questão de oportunidade. Lisboa vive um momento de turismo forte e se tornou a coqueluche de muitos turistas, europeus ou brazucas. Quem já conhece sabe o motivo: uma cidade extremamente barata, além de linda – Ora, pois! Esse equilíbrio entre preço e belezura tem dado certo, ainda mais nesse momento de crise econômica de proporções planetárias. Culturalmente rica, acolhedora e visualmente deslumbrante, a principal cidade de Portugal é autêntica, traz patrimônio vastíssimo e ainda se modernizou nos últimos anos, indo na contramão da recessão global em vários aspectos. Nela, o visitante encontra tanto a modernidade da mistura de tribos e gerações quanto séculos de história numa urbe com as quatro estações do ano bem definidas. No ranking deste ano do Global Destinations Cities Index de cidades com maior procura por parte de visitantes internacionais, da Mastercard, a metrópole ocupa o 35º lugar da tabela geral e subiu um lugar na tabela europeia, indo para a 14ª posição. É nesse contexto que Claudia anda fazendo fama à boca miúda. Ou melhor, graúda.
Numa urbe que tem estado lotada de janeiro a dezembro, procurar um lugar para jantar pode ser um martírio digno da inquisição. Um dos atrativos de Lisboa, os restaurantes de comida típica são espaços antigos que não conseguem dar conta do recado, mesmo os que foram remodelados. E tem outra questão: o barulho intenso, com ‘a malta’ (termo que equivale à “galera” para os portugueses) falando pelos cotovelos. Gente desconhecida que, pela proximidade de uma mesa à outra, tagarela sem parar, dando para ouvir a conversa alheia. Resultado: há quem diga que pode-se até opinar sobre quem é ou não o pai da criança vizinha ao lado que faz malcriação bem ali do lado. Pensando nisso – e nessa pulada de galho em galho em busca do prato perfeito que se tornou rotina para os turistas em Lisboa –que a decoradora resolver promover uma verdadeira bocada: o projeto My Lisbon Family
Como uma deliciosa ironia da vida, Claudia Caseira não veio ao mundo à toa com esse nome. Seguiu sua intuição e gritou alto o gosto de ver a casa cheia com todos ao redor da mesa: ela teve o que poderia ser chamado de epifania quando resolveu alargar as experiências vividas e levar a comfort food a outras pessoas, abrindo sua casa para almoços e jantares para turistas, que podem vivenciar in loco degustando os sabores típicos da terrinha em um ambiente hospitaleiro. Nesse último verão – o agito chez Claudia – foi sucesso! De olho nessa iguaria fina que se tornou sua empreitada, fui até o bairro do Príncipe Real, região central de Lisboa onde mora para bater aquele papo com a sorridente Claudia. Confira!
Claudia, conta para a gente um pouco sobre você e seu percurso. Quem é a Claudia Caseira?
CC: Nasci em Lisboa, cresci entre Sintra, Oeiras e Lisboa; tive uma infância na qual brincava na rua, fui adolescente rebelde, mas era boa aluna, rs. Estudei Recursos Humanos, o que me proporcionou ferramentas técnicas para fazer uma coisa que me é natural – criar empatia e gerir pessoas. Mas, no segundo ano da faculdade comecei a trabalhar em decoração e descobri uma nova profissão. Após terminar o curso trabalhei para um ateliê onde pude concretizar projetos de interior design que ainda hoje existem.Nos últimos anos, fiz variadas coisas e trabalhei até com uma designer de alta bijuteria, fui consultora de moda; viajei por aí…
Quando e como surgiu esse desejo de aventurar-se nas panelas e, ainda por cima, para turistas?
CC: Aprendi a cozinhar com a minha melhor amiga e receber sempre foi um gosto! Os almoços de família tinham grandes mesas, lindas, decoradas. E quando fui morar sozinha comecei a dar jantares. Simplesmente adoro! Vem mesmo do coração.
Como surgiu o projeto My Lisbon Family?
CC: De uma ideia de tornar a experiência do turista mais rica: jantar em casa de uma lisboeta. Quando viajo, sempre tenho a vontade de tocar a campainha de alguém e perguntar se posso entrar. Inverti o conceito e abri a minha casa para o mundo.
De onde vem a sua inspiração para criação do cardápio e o que pretende passar a todos aqueles que desejam vivenciar uma experiência única através do paladar?
CC: Primeiro, o conceito passa por adorar cozinhar para os amigos e caprichar no que faço, como se fosse para eles. E passar para outras pessoas essa boa energia através da minha casa, do meu pátio e minha música nesse ótimo ambiente, em um dos bairros mais emblemáticos de Lisboa. Os meus pratos são simples, mas típicos de uma casa portuguesa: bacalhau a Brás, ervilhas com ovo escalfado, empadão, ovos verdes, arroz doce de sobremesa. Especialidades da minha mãe, rs.


E se você pudesse acrescentar uma comida brasileira nesse cardápio hospitaleiro, qual seria?CC: Humm, adoro o vosso churrasco e os acompanhamentos com aquela farofa deliciosa. Pode ser uma ideia…

O papo segue com direito à prova do famoso arroz doce, que esse repórter recomenda. Ela continua a conversa e manda na lata: “Venham conhecer onde tudo começou, de onde partimos para a descoberta do Mundo e do Brasil; e também sentir o gostinho da Lisboa atual, europeia e cosmopolita. Terei todo o gosto em vos receber em minha casa, sejam bem-vindos!”
Minha matéria no site Às na Manga

Sexta-feira 13 de terror em Paris e a invejinha Brazuca pela mobilização nos atentados na França



Quando vivemos num país com essa sensação de segurança, em que o nosso direito de ir e vir é respeitado; ou temos a certeza que ao fim do dia vamos voltar para casa seguros, fica a perplexidade ao nos depararmos com o que rolou em Paris. Estou em Portugal, uma nação extremamente pacífica e assim esperamos que seja sempre. Esses gajos terroristas querem atingir a Europa a todo custo, então, é óbvio, que fica o receio: será que podemos ser alvo algum dia? É  natural que toda a União Europeia sinta-se atingida e parte disto. Em meio ao choque da covardia desses atentados, outra questão me causou uma certa estranheza ao ver nas redes sociais alguns comentários contra a mobilização promovida por Mark Zuckerberg - O Cara do Facebook- em que disponibilizou que os seguidores da rede mudassem a foto do perfil, com as cores da bandeira francesa, sem que a mesma atitude fosse possível  com as nossas catástrofes.







Tempos nebulosos que vivemos com gente obtusa! É relevante essa competição para qual tragédia é mais importante? Sabe a diferença entre chorar pelas tragédias brasileiras e as da França? No Brasil há uma enorme banalização dos nossos piores males; dia após dia a violência gratuita entra em nossas casas, seja através da TV ou quando nós mesmos somos as vítimas. Tiramos sarro do terrorismo das nossas ruas, fechamos os olhos para a nossa mais vergonhosa realidade. Aqui há uma União Europeia, mesmo com falhas, há. E no Brasil? Sudeste tem preconceito com nordestino e quem é do Sudeste é considerado favelado ou metido, o Sul quer separar-se do resto, afinal -eles são um outro país- o Centro-Oeste é chamado de caipira e o Norte a cambada de índios: não é assim? Dentro do nosso território há um xenofobismo velado. Fica bem evidente quando não há essa tal mobilização cobrada pela tragédia de Mariana ou a 'guerra' do tráfico no Rio de Janeiro. Afinal, é cada região por si. Onde está a nossa unidade? Há algum sentido nacionalista? Não estou aqui tendo complexo de vira-lata e sim constatando essa 'invejinha' que há, com países que defendem seus interesses e zelam por sua população. É triste ver que mesmo com o "Estado Islâmico" que temos através da bandidagem no Rio de janeiro e de outras capitais, nunca vimos algum presidente ir em rede nacional, assim como François Hollande, e travado guerra a todo custo contra a violência e a bandidagem que destrói nosso país, ou após um tiroteio em alguma via expressa do Rio, ver o exército na rua. Não seria preciso essa cobrança e desdém dos paladinos das nossas tragédias. Aqui isso é coisa rara, pessoas morrerem assim é trágico e causa essa mobilização. O mundo não faz ideia da nossa guerra, afinal: não queremos saber disso e nem a reconhecemos. Fica no fundo essa inveja com uma nação unida em prol da segurança nacional. Agora, não vale essa dor de cotovelo e esse mimimi e sim o aprendizado de como devíamos ser, não hoje, mas lá atrás.


Rio de Janeiro



Mariana - Minas Gerais / Brasil


terça-feira, 17 de novembro de 2015

Nada de pedaladas! Com o euro a quase cinco reais, turistas e locais aproveitam domingo de superávit nas contas com monumentos e museus de Portugal na base do 0800

Nada melhor que começar o dia com promessa de economia no bolso. Mesmo que seja na ‘Zorópa’. Diferente do governo, vai fazer bem o dever de casa e, de preferência, nada de pedaladas nas contas. TCU agradece! Lembra aquele tempo em que a brazucada tirava onda sem pensar em economizar, ostentando nas viagens à Europa e tirando selfies nos lugares mais badalados? Agora, com o euro batento quase a casa dos cinco reias, é melhor segurar a onda, sem abdicar de um pouco de glam. Explica-se: neste domingo (27/9) é dia de entrada livre em todos os monumentos e museus portugueses, dentro do âmbito das Jornadas Europeias do Patrimônio. Não somente hoje, mas, aliás, em todos os domingos de cada mês. Direto da capital portuguesa, listei alguns passeios imperdíveis, verdadeiros achados na terrinha: museus de Portugal na base do 0800.
A programação não se resume apenas ao patrimônio industrial e técnico, mas inclui também visitas a fábricas, minas, linhas de caminhos férreos e até moínhos. O programa completo das atividades pode ser consultado através do site do Patrimônio cultural e, segundo o comitê organizador, também são programa garantido, experiências para vivenciar que vão além de comer bacalhau e devorar pastel de Belém. Considerada umas das cidades mais bonitas do globo, Lisboa tem se revelado mais do que nunca nos últimos tempos, desde a série de colinas que descem para o Tejo, um um dos locais mais cénicos do mundo.
A oportunidade tem agradado em cheio tanto que mora na urbe quanto quem visita a cidade, pois a grana anda curta no mundo inteiro e todo mundo tem procurado aproveitar a bocada, com Lisboa lotando de gente de fora nesses domingueiras 0800. Motivo não falta. Afinal, vistas de tirar o fôlego são encontradas em cada esquina da cidade mais ocidental na Europa, cuja antiguidade pré-data capitais europeias como Londres, Paris e Roma por centenas de anos.
Confira abaixo o top 6 (mania do ÁS de jogar por números pares) daqueles espaços dos quais não se deve deixar de aproveitar nessa oportunidade. ti, a lista é grande, vale conferir e escolher o seu roteiro. Confira:
#1 – Mosteiro dos Jerónimos
Meio batidão, tipo cartão postal obrigatório de quem vai à capital portuguesa? Okay, mas quem disse que não é parada fundamental, tipo dar aquele rolezinho básico perto da Torre Eiffel em Paris? Um dos monumentos mais importantes do estilo manuelino em Lisboa, considerado Património Mundial pela UNESCO em 1983, a riqueza barroca possibilita sempre novas descobertas através dos olhares afiados. De quebra, lá se encontram os restos mortais de Vasco da Gama e Luís de Camões. Vai um selfie aí?
#2 – Palácio Nacional da Ajuda
Obra master do estilo neoclássico na freguesia de Ajuda da cidade de Lisboa, que foi construída no local de um edifício de madeira temporário feito para abrigar a família real após o terremoto que sacudiu a cidade em 1755. Quem ama festas de Babette vai se derreter com a pomposa sala de banquete do palácio.
#3 – Museu Calouste Gulbekian
Quem disse que Lisboa só sobrevive de antiguidades barrocas ou renascentistas? O Museu Calouste Gulbenkian prova o contrário, com suas linhas modernistas, e contém tanto peças de arte antigas quanto modernas numa das melhores coleções particulares do globo, legadas pelo magnata que dá nome ao espaço e acumuladas ao longo de um período de 40 anos por esse tycoon do petróleo, que foi um dos homens mais ricos do século 20. E de quebra, ainda engloba seções com magníficos exemplares de arte egípcia, grega, romana, islâmica asiática e europeia, para quem não pretende se resumir aos óbvios Metropolitan (Nova York), Museu Britânico (Londres) e Louvre (Paris).
#4 – Palácio de Queluz
Seus jardins históricos constituem um dos mais extraordinários exemplos da harmoniosa ligação entre paisagem e arquitetura, o local pertencem a um período marcado pelo barroco, mas que segue pelo neoclássico. Foi residência de verão da família real, local onde permaneceram até embarcarem para o Brasil em 1807, fugindo de Napoleão. Curiosamente, foi ali onde D.Pedro I nasceu – e ironicamente morreu -, no famoso quarto Dom Quixote.
#5 – Palácio Nacional de Mafra
Mandado construir por D. João V para cumprir um voto de sucessão, o Palácio de Mafra é o mais importante monumento barroco em Portugal. Parece até Versailles, mas só falta cheirar a toucinho do ceu. O conjunto arquitetônico é formado por um Paço Real, Basílica e Convento e possui importantes coleções de escultura italiana, de pintura italiana e portuguesa, além de uma biblioteca única, seis órgãos históricos e um hospital do século XVIII, da época em que estes estabelecimentos só eram local de cura se estivessem vinculados à nobreza. Já que é menos visitado por brasileiros do que outros monumentos mais óbvios, vala aproveitar o dia de boquinha grátis. Integrado à Rede de Residências Reais Europeias, é construção que só foi possível graças à enorme extração de do ouro do Brasil. Cá entre nós
#6 – Torre de Belém
Está bem, é lugar para lá de batido para quem viaja à terrinha, mas esse patrimônio mundial – devido ao papel significativo que desempenhou nas descobertas marítimas portuguesas – é um dos favoritos da brasileirada que passa por Lisboa. Então vale dar um rolé e mandar na lata: “Olha o Cabral aí, gente!”.
Minha matéria do site Ás na Manga

No complexo noturno Urban Beach, a balada é democrática, com direito a praia artificial em deck sobre o Tejo, ao som de ritmos variados!

Hora de sair e nada combinado? Quer encontrar a galera, mas não viu a programação, acabou não tendo tempo de falar com ninguém e, ainda por cima, está por fora de qual vai ser o badalo? Então, esse tipo de situação acontece mesmo o tempo todo, independente de cidade, não é mesmo? Quem nunca embarcou nessa e, na hora agá, acabou se dando mal? Bom, pelo menos em Lisboa, esse tipo de roubada pode estar com os dias contados. O Grupo K (kappa, como no alfabeto grego) – empresa com mais de 25 anos de experiência na noite lusitana e traquejo de sobra para proporcionar agito de responsa – está dando o que falar não só na terrinha, mas em toda a Europa. Pensando na rapaziada plural da cidade e, também, naqueles viajantes descolados que não têm paciência para fados e pasteis de Belém, inaugurou uma super casa noturna voltada para os baladeiros de plantão, com várias opções bacanas para aquela turma que acabou ficando desprogramada em cima da hora. No Urban Beach é sempre possível chegar como não quer nada e ganhar a noite, sem sair de mãos abanando.
O lugar é espantoso, praticamente um oásis no meio da cidade, sede de um clube noturno dos mais badalados de Lisboa com capacidade para mais de 1000 pessoas e a ilusão de se estar flutuando no Rio Tejo. Aliás, se algum freqüentador animadinho tiver mesmo bebido além do ponto, vai acabar tendo a certeza de que virou Jesus Cristo e está andando sobre as águas. Absolut miracles! Afinal, o Urban Beach fica à margem do rio e, como é confeccionado em vidro, de lá o público pode contemplar uma das vistas mais deslumbrantes de Lisboa. Além disso, o point fica ao pé da ponte 25 de Abril, lindíssima e suspensa sobre o Tejo, lembrando a Ponte Hercílio Luz, em Florianópolis, ou a Golden Gate, postcard favorito de quem passa por São Francisco. Puro luxo.













E, como a ideia é atender a todos os gostos, o lugar abre cedinho, às 20hs, sendo destino certo para Sakana(ops!), por exemplo, é um sushi bar decorado com palhas e cascatas, fazendo a linha espaço exótico bem descontraído. Já o Papagayo (que nada tem a ver com a icônica boate carioca de Ricardo Amaral nos idos de 1970/80) tem comida internacional, com ênfase nos grelhados. O preço, porém, não é para o bico de qualquer papagaio. Nele, o branco gelo predomina, iluminado por pequenos candeeiros art déco. O resultado fica intimista, mas muito chique. E, pelo andar da carruagem (e os nomes dos dois lugares), rola uma inspiração brasileira não é?

Bom, dos restaurantes, pode rolar um estica no bar da boate, ótima opção, mesmo que a pista não demore muito a esquentar. Nessa hora, já não tem mais como escapar: são três pistas. Na principal impera o house comercial, tipoDavid Guetta, onde é possível reunir a galera que quer fazer a fina entre os finos. Já a Box é destinada para os indies locais que preferem um som mais alternativo, incluindo um tech house. Esta pista tem mesmo o formato de caixa de som (daí o box no nome), é toda equipada com leds e o laser abunda por  todos os lados, evocando os nightclubs de Amsterdã. Libertação total!
A 3ª pista tem o sugestivo nome Wonder e ai de quem pensar que se chama assim porque Stevie andou dando uma passadinha por lá na inauguração. Nada disso! É neste lugar onde as paredes de vidro possibilitam o sight escape do rio e, óbvio, o lugar é uma maravilha mesmo. Para esquentar a frieza da caixa de vidro, a levada varia entre os ritmos latinos, funk, hip hop e, vez por outra, até Ivete Sangalo comparece para levantar poeira. Bom, e também rola aquele funk com direito a abaixadinha até o chão. Os locais estão aprendendo a fazer a coisa direitinho. E, claro, português sempre curtiu essa pegada black, já dizia Gilberto Freire, não é mesmo?
No geral, o bacana do Urban Beach é poder ter os amigos de vários estilos por perto, podendo sair de um set e migrar para outra pista até encontrar sua vibe certa naquela noite. E, quem sabe, voltar para casa com a vida ganha. O lugar é repleto de gente bonita e a azaração rola forte, provando que os toucinhos do céu estão em riste!
E, para quem pensou que as opções acabam por aqui, há mais: para quem não está afim de muito barulho ou acordou fazendo a linha contemplativa, um deck sobre o Tejo, com sofás, pufes e cadeiras de praia está armado, local perfeito para um chill out ou, para as aves de rapina, observatório de tudo o que acontece na pista. Dali é possível marcar um alvo e partir para a pegação. Ou, se a vibe for mesmo se entregar ao ócio criativo, esta área ainda permtie a degustação do luar sobre o rio, tendo a ponte ao fundo. Dizem que o local é campeão das instagradas na noite lusa. Ou seja: se o cara for mal de papo, pelo menos ganha o cenário. No mais, uma dica: literalmente se jogar na noite, ou melhor, no rio! Nas noites de verão, esse deck tem areia, criando verdadeira atmosfera praiana, bem no centro da cidade. Amazing!
Minha matéria do Site Heloisa Tolipan

Marcio Honorato é o Brasileiro por trás das famosas hamburquerias de Lisboa e novos hábitos alimentares dos Portugas


Entre os poucos empreendedores de sucesso atualmente, é possível afirmar que o brasileiro Marcio Honorato é chapa-quente. Literalmente. Explica-se: na terra do bacalhau, o vício por carne picada tem se revelado uma ótima pedida e um novo tipo de hambúrguer tem feito sucesso na capital portuguesa, bem de acordo com a recessão. E o empresário brazuca, instalado na cidade há mais de 11 anos, descobriu sua galinha dos ovos de ouro. Ou melhor, o bife de ouro. Desde 2011, seu negócio não para de crescer e o olho gordo em cima da Honorato Hambúrgueres Antesanais pode acabar virando regra, com a necessidade de importação de uma mãe de santo para benzer o restaurante com muita arruda e catchup.
Seus hambúrgueres têm cara de american diner de filme de cinema e viraram febre em uma metrópole que se orgulha da sua tradição culinária, anti-americanófila e cheia de peixes grelhados, aletria e doces à base de gema de ovo. Agora, o burburinho é tão grande que, na esteira do seu trabalho, surgem a cada dia novas opções. E, com a concorrência acirrada, é possível dizer até que há uma “guerra gourmet” no segmento. No passado, quando Honorato abriu sua minúscula casa de hambúrgueres no Príncipe Real, o espaço logo ficou badalado, com direito a fila na porta e todo aquele boca a boca. “Para evitarmos filas de espera, por favor, não espalhe que comeu aqui o melhor hambúrguer de Lisboa”, lia-se em um cartaz à entrada, ideia do próprio dono. Foi assim que o cara com jeitinho de cativar conseguiu arrebanhar a clientela e amealhar sorrisos até hoje.
Hoje, quem passa à porta da segunda hamburgueria Honorato não pode se queixar de não ter sido avisado. As filas dos recém-viciados na calórica iguaria são cada vez mais compridas, mesmo sendo este novo espaço bem maior do que o pequeno restaurante do Príncipe Real, com capacidade para mais de 100 pessoas. Sim, na vibe do cosmopolitismo que agora domina a cidade, a “honorotização” agora é mais frenética! E, embora estes afamados hambúrgueres pertençam agora ao Grupo Multifood, que comprou o negócio, o antigo dono Márcio Honorato continua a ser a verdadeira alma por trás da cozinha e de todas as decisões que envolvam o menu. Tudo ainda continua a ser escrito em um enome quadro de giz, como manda a tradicional gastronomia lusa. Para a alegria geral da nação de comensais, as 14 receitas de sempre permanecem imexíveis, desde o hambúrguer de picanha ao famoso Capitão Fausto com agrião, pickles, molho barbecue e cheddar, tudo de dar água na boca. E até mesmo o Troika, uma versão low cost apenas com carne e pão que sai a módicos 5,50 euros, sucesso absoluto para a turma da caderneta de poupança. Sinceramente, com toda a crise, a boa sacada do “brasilêiro” veio bem a calhar, e, seja para quem é português ou para quem deseja economizar em uma viagem turística, o Honorato Hambúrgueres Artesanais faz parte do roteiro.
Para mais informações segue o facebook:
https://www.facebook.com/HonoratoHamburgueresArtesanais
Minha matéria no Site Heloisa Tolipan

Arco da Augusta com Arco do Triunfo? Não é São Paulo amor, é Lisboa!

Com vista aérea deslumbrante, o monumento recém-restaurado, na capital portuguesa, faz do arco o novo queridinho dos turistas!



Em sua próxima ida à Lisboa, pode esquecer o Castelo de São Jorge, Mosteiro dos Jerônimos ou a Torre de Belém. Nos últimos tempos, aquilo que tem dado a falar na capital portuguesa é um lugar que se tornou símbolo da renovação depois de uma catástrofe: o Arco Triunfal, ou Arco da Rua Augusta, que começou a ser construído em 1755, logo após o terremoto que arrasou a Baixa de Lisboa e até ocasionou um tsunami, acredita?! Pois, pois, sim sinhore! Pelas bandas de lá, a terra tremeu e abalou geral.


Recentemente, o Arco foi completamente remodelado e, em agosto, Lisboa ganhou uma nova atração turística. O acesso ao fabuloso terraço onde o visitante pode ter uma vista privilegiada sobre a emblemática Praça do Terreiro do Paço – uma das maiores da Europa, com cerca de  36000 m2, debruçada sobre a Baixa pombalina, a igreja da Sé, o Castelo de São Jorge e o Rio Tejo, de onde a caravela de Cabral partiu a caminho do Atlântico e chegou por aí.
O caminho das pedras não é difícil: para subir, há elevador. Depois, 45 degraus separam a sala do relógio – onde se pode ver uma exposição que sintetiza a história do Arco, desde o início da construção até à sua conclusão, em 1875 – do balcão junto ao céu. Ao chegar lá em cima, o visitante é brindado com uma vista incrível e belas esculturas deCélestin Anatole Calmels – escultor francês que viveu grande parte da vida em Portugal – representando a glória, coroando o génio e o valor. Já no plano inferior, encontram-se esculturas de “grandes portugueses”, concebidas porVítor Bastos e homenageando gente do calibre de Nuno Álvares Pereira, Viriato, Vasco da Gama ou o Marquês de Pombal. Sim, os portugueses têm orgulho daqueles que fizeram sua história. E o marquês, um dos representados e tido como uma das figuras mais importantes e controversas da história portuguesa, foi o principal responsável por todo o projeto arquitetônico, moderníssimo para a época, que reconstruiu Lisboa após o terremoto.

Outro ponto que impressiona, ao olhar de cima, é perceber como uma espécie de tapeçaria, em preto e branco, parece forrar as ruas da Baixa: é a beleza da calçada portuguesa… Sabe quando estamos no último andar de um apartamento na Av. Atlântica, em Copacabana, e vemos o calçadão? Pronto, é a mesma coisa, só que em Lisboa tudo faz sentido, com esse cenário belíssimo do velho mundo. O texto inscrito no topo do arco remete à descoberta de novos povos e culturas: VIRTVTIBVS MAIORVM VT SIT OMNIBVS DOCVMENTO.PPD – “Às Virtudes dos Maiores, para que sirva a todos de ensinamento. Dedicado a expensas públicas”.
Devido às limitações do espaço, o Arco não pode ser visitado por mais de 700 pessoas. Então, se estiver em Lisboa, se liga e tenta chegar cedo, aproveitando o máximo. Viajar pra ficar em fila não rola, não é mesmo?! O Arco da Rua Augusta está aberto ao público diariamente, entre as 09h00 e as 19h00, e o ingresso custa 2,5 euros por pessoa, mas a entrada é gratuita para crianças até aos cinco anos.
Minha matéria retirada do Site Heloisa Tolipan

Como o verão do Brasil, a primavera Lisboeta é vida que segue cheia de opções ao ar livre

Enquanto a cidade-maravilha cruza os dedos para o calor africano acalmar, em Lisboa a contagem regressiva pela chegada da estação mais celebrada!


Se, por aqui, a chegada do outono traduz certo alívio por conta do calor de rachar, agora, no hemisfério norte a chegada da primavera é celebrada, sendo a estação mais esperada do ano. Hora de guardar os casacos e jogar o corpitcho na rua, sacolejando como s estivesse em um desenho musical da Disney! Em Portugal, por exemplo, Lisboa renasce: gente com pouca roupa sensualiza em praças públicas e os sorrisos preenchem os lábios de quem circula pelas esplanadas repletas do povo descolado, tudo sublinhado por uma luz que só a capital lusitana tem. Aliás, quem conhece Lisboa sabe dessa atmosfera, que é diferente da luminescência de qualquer outra cidade do globo. Dizem que essa luminosidade da qual tanto se fala é puro reflexo da pedra sabão, a calçada portuguesa espalhada por toda cidade. Hum, talvez.


A primavera é uma excelente época para visitar Portugal que, em 2014, foi considerada um dos melhores destinos do mundo. Além da sua diversidade e do charme europeu – que conversam muito bem com suas praias idílicas, bem próximas – tudo é cenário perfeito para quem deseja tanto descanso quanto aventuras. E é mesmo um país incrível, daqueles que envolvem. Com um ou dois dias, sem esforço, já é até possível falar “pá”. Entre todos os países do continente, “Portugale” possui invernos mais suaves e os verões quentes e secos. Aliás, o número de horas de sol chega a atingir as 3300 no sul e 1600 ao norte, índice dos mais altos da Europa! Por esta razão, a primavera é uma excelente época para dar um rolezinho (no bom sentido) por Lisboa. Dias mais longos, a temperatura amena e brisa primaveril convidam todos a atividades revigorantes ao ar livre. E, claro, as opções são inúmeras, com o visitante podendo decidir se enveredará por passeios mais descontraídos passeios ou aventuras de esportes radicais. O único possível problema é que, em abril, pode ser que chova mais do que em outros períodos. Sim, enquanto os cariocas têm as “águas de março”, os lisboetas costumam dizer “abril águas mil.” Mas, francamente, nada se compara, nem de perto, com as chuvas torrenciais do Rio ou, atualmente, de São Paulo. Até que, na capital lusitana, são chuvas bem tranquilinhas, se comparadas. E, apesar do pé d’água, os “tugas” (como eles apelidam quem é de lá, diminutivo para portuga) nada se importam e caem na rua assim mesmo, na vibe do badalo molhado. Aliás, chuva e frio é ótimo sinal, com bares e discotecas cheias, já que não dá para socializar ao ar livre, sem virar um pinto molhado. Um alívio para o comercio atual em recessão.


Na primavera, quem não quer perder dinheiro se reinventa. Há casas noturnas e bares que fecham na capital e partem para as regiões de praias, como o Algarve, no sul do país, equivalente à Búzios, só que com preços muito mais aceitáveis e opções para todos os bolsos. Sim, lá ainda não chegou a moeda brazuca “surreal”. Mas, de volta a Lisboa, agora mesmo, há uma febre surgida na primavera do ano passado, com uma enorme quantidade de esplanadas e restaurantes-terrasse inaugurados, espalhados por toda a cidade. O bacana é que se tem a possibilidade de respirar a atmosfera da cidade nestes points badalados, quase sempre cheios, apesar da crise. E, dentre esses agitos que tomam conta da estação, acontece um que, desde 2006, vem deixando a capital muito mais vibrante. 
Out Jazz é uma ideia que dinamiza a metrópole e que acabou se tornando, sete anos mais tarde, uma espécie de encontro fundamental nos finais de tarde. Entre Maio e Setembro, as sextas-feiras e domingos ganham nova vida em Lisboa. Pelo segundo ano consecutivo, tendo o MEO (empresa de telefonia) como principal patrocinador, este festival é solução perfeita que acalma o público frenético, relaxando todos e deixando respirar, por entre espaços livres. Ótima música e bom ambiente tornam a cidade muito mais feliz. O evento corre por praças e espaços de fácil acesso e o melhor é que é gratuito. Aos domingos, o festival começa mais cedo. No ano passado, em torno de 17h, sempre ocupando espaços verdes, e ficando instalado durante um mês, em harmonia com a natureza e o por do sol. Com as notas musicais ecoando pelo parque, grupos de amigos e casais apaixonados se entregam a um belo piquenique ao som do suprassumo do jazz, soul, música de fusão e até DJs convidados. Imperdível!

Mas, para aqueles que desejam pegar uma prainha e continuarem próximos do burburinho, sem precisar descer até Faro, o vilarejo mais ao sul do Algarve, basta ir até Cascais, uma vila portuguesa marítima, pertinho e que equivale à nossa Barra da tijuca em termos de proximidade. Lá pode se refrescar em sua praia calma, chegando por lá de uma hora para outra. É bem rápido, basta pegar um “comboio” na estação do Cais do Sodré e, da janela do trem, já se degusta a vista, apreciando o mar.
Mas, caso a opção não seja praiana, um passeio de bicicleta cai bem, se o ciclista estiver preparado para desafiar as colinas da cidade ou desfrutar o percurso à beira Rio Tejo nas ciclovias do Parque das Nações e de Belém. De fato, os lisboetas tambpem fazem essa linha saúde, tipo os cariocas, com uma rede de responsa com vias para bike. Já para aqueles espíritos indóceis, bem mais aventureiros, a empresa de turismo ativo Equinócio representa uma solução, cheia de programas de pura adrenalina. Paintball, trekkingrafting, escalada e rappel são algumas das opções de diversão. Se o visitante quiser, por exemplo, realizar um passeio em outra praia bem badalada,com uma enorme extensão e mar agitadão, aproveitando para praticar surfe, poderá contatar a Guincho Adventurous, que dispõe de serviço de aluguel de bicicletas, scooters, equipamentos para surfar e até paras prática do tênis. Tipo sport delivery.
Portugal tem muitos encantos em todas as estações, mas para os brasileiros – e sobretudo cariocas – o que mais deixa todos maravilhados é entender que como a primavera de lá acaba traduzindo a renovação da vida (árvores e flores florescendo e mudando completamente o cenário urbano), mas em meio a práticas que, de longe, não se imagina que possam ser usuais em uma cidade milenar com pecha de antiga. Como diria Cecília Meirelles: “Aprendi com as Primaveras a me deixar cortar para poder voltar sempre inteira.” 
Minha matéria no Site Heloisa Tolipan