quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Sexta-feira 13 de terror em Paris e a invejinha Brazuca pela mobilização nos atentados na França



Quando vivemos num país com essa sensação de segurança, em que o nosso direito de ir e vir é respeitado; ou temos a certeza que ao fim do dia vamos voltar para casa seguros, fica a perplexidade ao nos depararmos com o que rolou em Paris. Estou em Portugal, uma nação extremamente pacífica e assim esperamos que seja sempre. Esses gajos terroristas querem atingir a Europa a todo custo, então, é óbvio, que fica o receio: será que podemos ser alvo algum dia? É  natural que toda a União Europeia sinta-se atingida e parte disto. Em meio ao choque da covardia desses atentados, outra questão me causou uma certa estranheza ao ver nas redes sociais alguns comentários contra a mobilização promovida por Mark Zuckerberg - O Cara do Facebook- em que disponibilizou que os seguidores da rede mudassem a foto do perfil, com as cores da bandeira francesa, sem que a mesma atitude fosse possível  com as nossas catástrofes.







Tempos nebulosos que vivemos com gente obtusa! É relevante essa competição para qual tragédia é mais importante? Sabe a diferença entre chorar pelas tragédias brasileiras e as da França? No Brasil há uma enorme banalização dos nossos piores males; dia após dia a violência gratuita entra em nossas casas, seja através da TV ou quando nós mesmos somos as vítimas. Tiramos sarro do terrorismo das nossas ruas, fechamos os olhos para a nossa mais vergonhosa realidade. Aqui há uma União Europeia, mesmo com falhas, há. E no Brasil? Sudeste tem preconceito com nordestino e quem é do Sudeste é considerado favelado ou metido, o Sul quer separar-se do resto, afinal -eles são um outro país- o Centro-Oeste é chamado de caipira e o Norte a cambada de índios: não é assim? Dentro do nosso território há um xenofobismo velado. Fica bem evidente quando não há essa tal mobilização cobrada pela tragédia de Mariana ou a 'guerra' do tráfico no Rio de Janeiro. Afinal, é cada região por si. Onde está a nossa unidade? Há algum sentido nacionalista? Não estou aqui tendo complexo de vira-lata e sim constatando essa 'invejinha' que há, com países que defendem seus interesses e zelam por sua população. É triste ver que mesmo com o "Estado Islâmico" que temos através da bandidagem no Rio de janeiro e de outras capitais, nunca vimos algum presidente ir em rede nacional, assim como François Hollande, e travado guerra a todo custo contra a violência e a bandidagem que destrói nosso país, ou após um tiroteio em alguma via expressa do Rio, ver o exército na rua. Não seria preciso essa cobrança e desdém dos paladinos das nossas tragédias. Aqui isso é coisa rara, pessoas morrerem assim é trágico e causa essa mobilização. O mundo não faz ideia da nossa guerra, afinal: não queremos saber disso e nem a reconhecemos. Fica no fundo essa inveja com uma nação unida em prol da segurança nacional. Agora, não vale essa dor de cotovelo e esse mimimi e sim o aprendizado de como devíamos ser, não hoje, mas lá atrás.


Rio de Janeiro



Mariana - Minas Gerais / Brasil


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