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Fotos: Vinicius Pereira |
O show, que segue para São Paulo e depois continua pelas grandes capitais brasileiras durante todo o ano de 2015, tem direção e cenografia de Bia Lessa – que a acompanha desde seus últimos espetáculos “Carta de Amor”, “Amor, Festa e Devoção” e “Dentro do Mar tem Rio”. Por sua vez, a coordenação e produção musical é de Guto Graça Mello, produtor responsável por álbuns marcantes em sua carreira como “Ciclo”(1983) e “As Canções que você fez pra mim” (1993).
Dessa vez, a banda é formada por Jorge Helder (regência e contrabaixo), João Carlos Coutinho (piano e acordeom),Paulo Dafilim (violas e violão), Pedro Franco (violão, bandolim e guitarra), Marcio Mallard (cello), Pantico Rocha(bateria) e Marcelo Costa (percussão). E, ao contrário de sua emblemática estreia no Rio, neste sábado não choveu. Pelo contrário, o céu estrelado era de tirar o fôlego e o mar sereno e o calor senegalês – mesmo às 22hs no horário programado para o espetáculo – contribuíram para mais uma noite mágica. Na entrada, via-se uma certa ansiedade do público, normal, né!?! Shows da Bethânia hoje em dia são coisa rara e sempre que se é conhecido dessa forma, vem aquele frisson nos mortais que precisam ser arrebatados por algumas horas de catarse.
E, como não poderia deixar de ser, o show foi mesmo espetacular! A começar pela a estrela maior, que entra em cena com a casa vindo abaixo. Em um mimo ao irmão Caetano, abre o primeiro ato do espetáculo com “O eterno em mim”. Em seguida, emenda “Dona do Dom“, de Chico Cesar, e “Gita”, de Raul Seixas e Paulo Coelho. Aí, se o clima já era quente, o coro ardeu por completo, cool!
No mais, um momento alto no 1° ato: a declamação de poema de Clarice Lispector em tom sensível e único que nos comove. Gostoso demais! Depois, em passagem que vai ficar para os anais da MPB, a diva tasca “Tatuagem”, de Chico Buarque, de roubar a cena num repertório escolhido a dedo. Lindo mesmo! E, para qualquer dor de cotovelo. agora é a hora de se jogar e cantar sem medo de que o amigo do lado perceba o tal sofrimento. Relaxa baby! “Se há algum direito ao grito, então eu grito!”, Bethania solta.
A presença em cena e o figurino alinhado dão aquele tom respeitável, e a iluminação acertada e as projeções aos pés da cantora se encarregam de favorecer o todo do espetáculo, fazendo parecer que a artista está flutuando no mar. Primoroso. Tudo parece um culto que convida o público a lavar a alma, e o que importa é estar bem consigo mesmo, ficar atento aos sinais que a cantora joga ao leu. Aliás, ao leu não. Nada é por acaso ali.
Minha Matéria retirada do site Site Heloisa Tolipan
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